China: o país mais poluente do mundo é o número um em energia sustentável

By admin
6 novembro 2018
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A poluição na China já chegou a níveis alarmantes e deu ao país o título de maior poluidor no mundo. Em contrapartida, a China se tornou o país número um em energia sustentável. Contraditório, certo? Nem tanto.

Você sabia que o país que mais emite carbono na atmosfera também é o número um em produção de energia solar sustentável? A poluição na China já atingiu níveis alarmantes. Em 2012 a NASA chegou a divulgar imagens em que a poluição no país podia ser vista do espaço. Boa parte dessa poluição vem da produção de energia com base nas reservas de carvão, que ainda é a maior fonte de energia chinesa.

No entanto, o rápido desenvolvimento econômico, que desencadeou tanta poluição, foi o responsável pela expansão de pesquisas e de novas descobertas sobre como ter um crescimento mais seguro e sustentável. Pois, atualmente, a China detém o título de número um em captação de energia solar.

A China tomou fortes medidas para diminuir a dependência do uso de carvão nas indústrias e criou métodos de incentivos para a geração de energia limpa. Para reduzir o uso de energia fóssil, principalmente petróleo e carvão, o país desenvolveu tecnologia suficiente para a que se tornasse um destaque na produção de energias como a energia solar e a energia eólica.

O investimento total feito em tecnologias de energia limpa ultrapassou os US$ 132 bilhões, enquanto o segundo maior investidor, os Estados Unidos,  investiu pouco mais de US$ 56 bilhões. Só em 2017, o valor gasto pela China chegou a 86 bilhões. Por conta desse sucesso, o país se tornou uma referência quando o assunto é energia limpa.

China começou a investir na energia sustentável em massa

De 2012 a 2016 a China sofreu um boom no número de sistemas de energia fotovoltaica implantados. O crescimento chegou a bater os 125%. Isso, boa parte, pelo baixo preço dos sistemas. Por que um preço mais baixo? Com a produção dos painéis em alta e com os benefícios concedidos pelo governo, a produção aumentou e foi preciso “tirar” os painéis das fábricas, logo, os preços acabam mais baixos.

O país é um líder no mundo inteiro em produção de painéis fotovoltaicos, para a captação de energia solar fotovoltaica. Além disso, fica à frente de países como Estados Unidos e Japão quando se trata de energia eólica. Países que já foram referência para o mundo ficam para trás, pois a China é quem possui o maior programa de instalação de turbinas eólicas do mundo.

Mais economia, menos riscos à saúde

Mais do que gerar uma energia barata, as medidas melhoram a qualidade de vida e do ar da população chinesa e, inclusive, de outras partes do mundo. A poluição não tem barreiras físicas, certo? Mesmo ao terceirizar a produção industrial para diminuir seu vilanismo quando o assunto é meio ambiente, os Estados Unidos ainda é afetado com a poluição produzida no oriente, principalmente o oeste. Cidades como Los Angeles já tiveram problemas com a qualidade do ar em decorrência disso.

Um estudo de 2017 da Aliança Global de Saúde e Poluição afirma que a poluição pode matar 15 vezes mais do que todas as guerras do mundo. O estudo ainda revela que ela pode causar um número de mortes até três vezes maior do que a aids, a tuberculose e a malária juntas, o que a deixa em um patamar de maior risco à sociedade.  E os mais pobres são os que mais sofrem: cerca de 92% das mortes acontecem em países pobres e em desenvolvimento.

O estudo mostra ainda que, além de uma ameaça eminente à saúde, a poluição destrói o ecossistema e causa mudanças climáticas. E muito mais do que isso, poluir custa caro. Doenças relacionadas à poluição causam baixo rendimento no trabalho, o que pode gerar a redução de até 2% do PIB de um país e ainda o destino de 1,7% do PIB para gastos em saúde pública. O número pode chegar a 7% em países com renda superior e em pleno desenvolvimento.  

Omissão da comunidade internacional

E estes problemas, de modo geral, são negligenciados pela comunidade internacional em prol de um desenvolvimento econômico mais avançado. O problema da emissão de gases poluentes na China atingiu níveis tão descontrolados que ambientalistas chegaram a afirmar que o país poderia sofrer um colapso ambiental. No entanto, o governo chinês reverteu este quadro e prometeu tentar focar no uso de recursos renováveis.  A partir daí, a qualidade do ar, comprovadamente, melhorou. Em algumas cidades, o índice de poluição chegou a cair 32%. Dessa forma, a tendência é essa: que a China siga cada vez mais na guerra contra a poluição.

China lança lua artificial para reduzir gastos de energia

Já imaginou ter duas luas no céu? Calma, não é bem assim. Um projeto chinês da cidade de Chengdu, no centro da China, quer lançar até 2020 um satélite capaz de produzir iluminação oito vezes maior que a da lua. O objetivo é complementar a iluminação das ruas à noite. No entanto, não haverá duas luas no céu. O satélite parecerá mais com uma estrela normal, mas com alta capacidade de iluminação.

Há alguns anos os pesquisadores do Instituto de Pesquisa em Sistemas Microeletrônicos de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (CASC) fazem avanços sobre a lua artificial. O cálculo é de que ela ficará há uma distância de 500 quilômetros da terra, bem mais perto do que a verdadeira, e que custará cerca de 680 milhões de reais. Se tudo der certo, o instituto visa ampliar o número de satélites e colocar em órbita mais três até 2022.

O novo projeto de energia sustentável

Além da redução de gastos, o projeto ainda tem um cunho social. Pois, a nova lua poderia gerar energia suficiente para iluminar regiões afetadas por catástrofes, desastres naturais e apagões, e colaborar no auxílio e resgate de pessoas também no período da noite. A iluminação do satélite pode se apagar conforme a necessidade de cada circunstância.  

Mas a aprovação do projeto não é uma unanimidade nem entre chineses, nem entre ambientalistas. Apesar de reduzir os gastos com energia elétrica, a lua artificial pode afetar a vida e o comportamento de animais no país, o que pode gerar um dano ecológico perigoso. A observação astronômica também corre o risco de ser afetada. No entanto, os responsáveis pelo projeto avaliam que a luz não passa de um “resplendor ao entardecer”, sem chance de mudar o comportamento dos animais, e só traria benefícios.

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