Novas regras de energia elétrica fazem crescer demanda por geração de energia solar

By admin
29 novembro 2018
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Consumidores com direito a crédito nas distribuidoras aumentou 23% nos últimos três meses. Do total, quase 90% dos créditos são relativos à geração de energia solar fotovoltaica.

Já pensou em produzir sua própria energia solar e ainda fornecer o excedente para a concessionária da sua região? Mudanças no regulamento para remuneração sobre o uso do fio de rede de distribuição têm causado preocupação por parte das concessionárias e uma corrida de quem quer economizar com energia, segundo reportagem do Correio Braziliense. É que o número de consumidores com direito a crédito nas distribuidoras aumentou bastante. Nos último três meses o percentual cresceu 23%.  

Os números são bem expressivos. Em meados de 2016, pouco mais de 4 mil unidades consumidoras, em todo o país, recebiam crédito por fornecer o excedente de sua geração no sistema das concessionárias. Em agosto de 2018 o número deu um salto e cresceu 1168%, de 4,4 mil para mais 51 mil. Já em novembro de 2018 o crescimento atingiu 23%, ou seja, mais de 63 mil unidades com crédito com as distribuidoras. Mas, sabe o que mais impressiona? É que 90% dos créditos são relativos à energia solar fotovoltaica.

Novas regras de energia elétrica fazem crescer demanda por geração de energia solar

Em 2012 a resolução normativa da Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, criou estímulos para que os cidadãos pudessem gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes limpas, econômicas e sustentáveis, como é o caso da energia solar, e ainda ter um baixo impacto ambiental. Dessa forma, a normativa permite que a unidade geradora de energia forneça o excedente da sua produção para a rede de distribuição da sua região. Ou seja, a sobra de energia se transforma em créditos que podem ser utilizados para abater faturas em aberto em um prazo de até 5 anos.

Leia aqui o texto completo da normativa número 482, de abril de 2012.  

As mudanças previstas para 2019 ainda não foram discutidas e são apenas um estudo sobre o modelo de negócio, mas já preocupam as distribuidoras. Para eles, o aumento de benefícios para quem produz sua própria energia pode inviabilizar o modelo de negócio das distribuidoras. Ao contrário disso, entidades que buscam o crescimento sustentável e a geração de energia limpa pensam o contrário. Mas quem decide entre estes fatores é a Aneel, que promete fazer uma consulta pública em breve sobre o assunto.

Absolar não concorda com possíveis aumentos de tarifa

Segundo o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, o problema das concessionárias de energia com sistemas de geração de energia sustentáveis é financeiro. Quando os consumidores se tornam produtores, eles se tornam independentes. O medo das distribuidoras é de que a geração distribuída de energia solar fotovoltaica reduza seus lucros e impacte na sua receita. A realidade é que empresas distribuidoras buscam uma mudança que seja positiva para elas: mudar as regras para que pessoas que produzem sua própria energia paguem mais pelas redes de distribuição.

Em 2017, a inflação fechou em 2,95%, no entanto, o aumento das tarifas de energia foi superior a 10%, o que gerou um salto no faturamento das distribuidoras de energia. Foram R$ 243 bilhões em 2017, segundo a Abradee. Em 2018, a média de aumento tem sido de 15%. Mesmo com o crescimento constante, a previsão é que o número de unidades consumidoras de energia sustentável não cheguem a um número tão elevado que prejudica, definitivamente, as distribuidoras.

Mesmo com possíveis mudanças, utilização de energia solar fotovoltaica ainda é mais vantajosa.

Novas regras positivas ou negativas?

Além de todas as vantagens que sempre citamos aqui como a segurança energética da energia fotovoltaica, auxílio ao meio ambiente e ao conforto térmico, as garantias de melhorias à mobilidade urbana, ainda é indiscutível a redução de gastos que a energia solar traz ao bolso.

Desde o começo do ano a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já aprovou uma série de aumentos nas tarifas de luz elétrica em todas as regiões do Brasil. Esse aumento varia de 5% a 25,87%, de acordo com cada estado do país. Não à toa que o crescimento da energia solar tem sido a passos largos por aqui. No Brasil, a instalação de energia solar nos últimos 10 anos chegou a ficar 80% mais barata.

Independentemente das mudanças que acontecerão em 2019, ainda assim a instalação e geração de um sistema de energia solar fotovoltaica se destaca pela vantagem à frente das outras. Mesmo com o pagamento da taxa de energia ou do uso dos créditos, as instalações residenciais e empresariais de pequeno porte, por exemplo, geram energia excedente um pouco menor. As instalações deste formato de geração tendem a suprir um autoconsumo da casa ou da empresa.

Casas e comércios com energia solar fotovoltaica tendem a produzir apenas para o autoconsumo.

Entenda como funcionam os créditos e a venda de energia solar

Como falamos anteriormente, as instalações residenciais e comerciais tendem a suprir apenas as necessidades de energia que o espaço demanda. Ou seja, sua energia serve para as necessidades diárias de casa: chuveiro, lâmpadas, etc. Nessa modalidade de geração, todo o excedente de energia gerado pelo sistema do consumidor será emprestado à distribuidora, garantirá apenas  o ganho de créditos energéticos com as concessionárias, já que a produção é em menor escala.

Estes créditos podem ser usados para abater os gastos de consumo que cada residência ou empresa teve com a energia das concessionárias. Isso acontece porque em alguns momentos o sistema gera menos energia, como em dias nublados e chuvosos, ou não gera energia, às noites, por exemplo. E a proporção de gastos e ganhos é a mesma: cada watt de energia doado à concessionária vale um watt de energia que você pode “gastar” e ser abatido do seu crédito.

Para vender energia às concessionárias, é preciso muito mais do que isso. É necessário criar uma usina, com muitos módulos e, através disso, você pode entrar em um leilão de energia de reserva que a Aneel regulamenta todo ano. Neste leilão que é possível vender a energia produzida dentro da sua usina para as concessionárias e também para o mercado livre, que compra energia de diversas fontes.

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